Demora da Justiça em caso de grilagem ameaça famílias no Cerrado do Piauí

Com base na pesquisa da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, CPT-PI e AATR, reportagem da Agência Pública mostra relação entre desmatamentos e grilagens de terra no Cerrado do Piauí.

Há mais de sete anos, o Ministério Público do Piauí (MPPI) denunciou “uma imensa grilagem” de 124 mil hectares de terras, “talvez a maior do Estado do Piauí”, nas imediações da fazenda Kajubar, em Santa Filomena, a 800 km da capital, Teresina. O Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) aceitou a denúncia em 2016, por meio de sua Vara Agrária, mas até o momento não chegou a um veredito. A falta de resposta definitiva sobre o caso tem se transformado em ameaça a povos do Cerrado na região.

A Agência Pública apurou que, ao longo das últimas quatro semanas, está em curso uma nova ofensiva de invasores, com desmatamentos e conflitos armados entre pistoleiros na região, plena fronteira da soja no país, graças à revenda de parte das terras supostamente griladas.

Conflitos de terra na região seguem sem resolução

Grileiros têm usado tratores e grandes correntes de aço para devastar áreas nativas de Cerrado. Grupos rivais têm se atacado para ocupar e cercar terras que teriam sido negociadas na área sob suspeita, entre os limites de Santa Filomena e Bertolínia (PI).