Denúncia das comunidades consegue conter incêndio no Cerrado

Em 25 de agosto, fogo que atingia território de comunidade tradicional no Sul do Piauí foi finalmente controlado, após 7 dias.
Foto: Coletivo de Povos e Comunidades Tradicionais do Cerrado no Piauí

O incêndio na Chapada da Serra da Fortaleza, no Cerrado do Piauí, que atingia os territórios de Barra da Lagoa e Chupé desde 19 de agosto, foi controlado no dia 25 de agosto, depois de intensas denúncias das comunidades com apoio do Coletivo, da CPT e da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos.

Na área atingida pelo fogo houve impacto para a biodiversidade e para o cultivo de alimentos das comunidades tradicionais. O fogo destrói a natureza e atinge memórias, identidades e a própria subsistência dos povos do Cerrado.

O incêndio expõe a destruição causada pelo agronegócio e a necessidade de proteção urgente das comunidades por parte dos órgãos responsáveis. É preciso investigar e combater os crimes ambientais que ameaçam a vida no Cerrado.


Nota do Coletivo dos Povos e Comunidades Tradicionais do Cerrado

No dia 25 de agosto, o fogo que atingia a região da Chapada da Serra da Fortaleza foi finalmente controlado, após dias de denúncias para pressionar os órgãos responsáveis. O incêndio começou no dia 19 de agosto no Território Barra da Lagoa e só foi controlado após dias de pressão intensa. No sábado, 23 de agosto, uma equipe do Ibama chegou ao local e atuou até domingo. Mas ainda ficaram focos do fogo. No mesmo dia, bombeiros de Teresina e brigadistas locais se deslocaram até a região, mas tiveram de retornar à cidade, retomando o combate ao incêndio na segunda-feira. Esse episódio reforça a necessidade urgente de que os municípios mantenham brigadas de incêndio permanentes e atuantes.

A criação de brigadas de combate a incêndios nas comunidades é essencial para prevenir tragédias ambientais e proteger a subsistência dos povos tradicionais, já ameaçada pela destruição do Cerrado causada por grileiros e pelo agronegócio. Diante deste risco, demandamos aos órgãos competentes uma investigação célere sobre a origem do incêndio que devastou milhares de hectares, em sua maioria de Cerrado nativo, patrimônio natural e cultural dos povos e comunidades tradicionais.

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